quarta-feira, 21 de maio de 2008

ESCOLA DE ANIMAIS

Era uma vez em que os animais freqüentavam a escola. Eles tinham quatro matérias: corrida, escalada, vôo e natação. E todos os animais precisavam fazer todas as matérias.
A pata era boa em natação e teve notas para passar na corrida e no vôo, mas estava sem esperanças na escalada. Então, os mestres a fizeram desistir de nadar a fim de que praticasse mais a escalada. Em breve, ela se tornou apenas media em natação, e ninguém se preocupou mais com isso, exceto o pato.
A águia era causadora de problemas. Na aula de escalada ela vencia todos no alto da árvore, mas tinha que ficar depois das aulas e escrever quinhentas vezes “trapacear é errado”. Isso a mantinha longe do voar, que ela amava. Afinal, o trabalho escolar vinha em primeiro lugar.
O urso foi reprovado porque diziam que era preguiçoso, especialmente no inverno. Sua melhor época para freqüentar a escola era nos meses do verão, mas a escola não funcionava nesse período por causa das férias.
O pingüim nunca foi à escola porque não podia sair de casa e não havia possibilidade de se abrir uma escola onde ele morava. A zebra, por sua vez, gostava de jogar hóquei, mas os pôneis debochavam de suas listras e isso a deixava muito triste.
O canguru era um dos melhores na aula de corrida, mas se desencorajava a correr nas quatro patas como os outros animais. Já o peixe abandonou de vez a escola. Para ele, as quatro matérias eram muito parecidas, e ninguém entendia isso. Os outros animais nunca tinham visto um peixe.
O esquilo conseguiu nota “A” em escalada, mas seu professor de vôo o fez começar tudo de novo, em vez de ficar pulando do alto da arvore para baixo. Suas pernas ficaram tão doloridas ao praticar o vôo, que ele conseguiu somente nota “C” em escalada e “D” em corrida.
De todos os animais, a abelha foi o que apresentou mais problemas. O professor a enviou ao Dr. Coruja para que a testasse. O Dr. Coruja disse que as asas da abelha eram muito pequenas para voar e, alem disso, elas estariam no lugar errado. Mas a abelha nunca chegou a ver o relatório do Dr. Coruja. Então foi em frente e voou assim mesmo.

(informativa da ADB. São Paulo, associação Brasileira de Dislexia, maio de 1996.)

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