quinta-feira, 29 de maio de 2008

AUTO-BIOGRAFIA DE UM FUMANTE VíTIMA DA PUBLICIDADE.

Tudo começou na infância, quando queria mostrar que era valente e desafiar o que era proibido.
Então, resolvi fumar, pois convenhamos, pôr fogo num pedaço de papel enrolado, cheio de mato e química que a gente nem sabe qual é, levar a boca e ficar engolindo a fumaça tem, realmente, “UM SABOR DE AVENTURA”.

Também para provar para os outros que eu não precisava provar nada pra ninguém, pois fumar é “PARA QUEM SABE O QUE QUER”.

A opinião dos outros não valia nada. Assim passei a fumar mais e mais, aliás como mandava a publicidade. Confesso que não sei bem como, mas me convenceram que chegar “AO SUCESSO” era ficar engolindo e jogando fumaça no ar e nos outros. Em cada maço eu me via livre, cheio de grana, famoso e cercado de belas mulheres.

Até quando comecei a achar que aquela dorzinha no peito estava incomodando. Então, achei que “A DECISÃO INTELIGENTE” teria sido parar de fumar.

Já na ante-sala daquele especialista em doenças pulmonares, a tosse constante e o respirar difícil dos demais me trouxeram uma certeza:
“ALGUMA COISA NÓS TINHAMOS EM COMUM”

De lá para o balão de oxigênio foi um passo. Descobri, então, que respirar tinha se tornado “UM RARO PRAZER”.

De repente, surgiu um ser escuro como cinza, mal cheiroso como cinzeiro, segurando uma foice e dizendo:

“VENHA PARA O MUNDO DE MARLBORO!”

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